terça-feira, 23 de junho de 2009

Mais do mesmo




Já faz tempo que me indago, onde vamos parar? O túnel se fecha cada vez mais e a luz no fim do horizonte está cada vez mais longe. Rumores de guerra, corrupção, pais matando filho, filho matando pai, tudo que não é legal, que não e é criminal está acontecendo. Diante disso, quem tenta fazer as coisas corretas acaba se sufocando.
Mas sempre é hora de lutar pelos ideais, e por que não nos mexermos até movermos montanhas? Isso é capaz, é bíblico. Basta termos fé. Que tal construirmos planos infalíveis e agirmos com fé inabalável desde a concepção de nossos projetos até a exata conclusão destes?
Já é o momento, e a hora é agora! Olhe pela janela e veja o que você pode fazer pelo próximo, pelo planeta e por você mesmo.
Não se deixe abalar pela dúvida, pois você é capaz, é um ser em potencial que possui inúmeras habilidades, talvez só precise de um pontepé e uma dose de ousadia para praticá-las.

É só agir, seja regando uma planta ou ensinado uma criança a ler, seja dizendo que admira alguem especial, ou plantando uma árvore.

Isso tudo é necessário. Basta fazermos nossa parte.
Basta desenvolvermos nossos dons e inúmeras habilidades.





Claudioney

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Farras que ecoam choro, fome, impunidade e poder distorcido


Era uma vez um país chamado Brasil, lá existiam milhões de habitantes, muitos dos quais tinham o poder do voto, ou seja, o poder de escolher quem os representasse. Mas acontece que a maioria das pessoas que recebiam o voto e consequentemente o poder, eram picaretas e/ou mal intencionadas.
Depois que chegavam ao poder manifestavam tremenda fixação em se aproveitar do dinheiro do povo para viverem uma luxúria supérflua, mesmo ganhando salários milionários, envolviam até pessoas famosas, que também ganhavam milhões para servirem de bobo da corte ao congresso e para distrair a população com uma cultura de massa e informações desnecessárias, estes apareciam na mídia até para anunciar a troca de namorados.
Quando os habitantes íntegros e honestos daquele país descobriam o que se passava ficavam indignados, ficavam tão indignados que não sabia como agir, pois sentiam suas mãos atadas diante daquela situação, toda aquela sujeira já parecia normal. Outra parte da população havia culturalmente aprendido a admirar novelas e programas populescos, para estes, o que acontecia com aqueles em quem votavam era mera comédia ou quem sabe um dramalhão mexicano e não entendiam a influência que isso poderia causar em suas vidas. Outros eram parentes, amigos, amantes ou tinham alguma ligação com os eleitos e também migravam para o seu ambiente de trabalho ou usufruíam de alguma benesse, por isso os defendiam e os admiravam.
O local em que aquelas pessoas eleitas diziam trabalhar chamava-se congresso, por isso o apelidaram de “congresso dos horrores”. E como em todo conto de fadas, ou de bruxas, entendia-se que no congresso dos horrores moravam os inimigos do povo, eles assolavam toda a população e mantinham contato com outros seres, que habitavam as assembléias, tribunais e câmaras. É claro que entre eles haviam infiltrados, que tentavam fazer um trabalho honesto, estes quando descobriam o que lá se passava, lutavam para reverter a imagem do congresso. Mas eram perseguidos e muitos cediam à sujeira que se fazia, e como os outros, acabavam contribuindo para sujar a imagem de seu suposto ambiente de trabalho. Na verdade já estavam habituados à podridão que se fazia.
A imprensa imparcial fazia seu papel e denunciava. Mas algo a mais precisava ser feito. Tudo era urgente, uma limpeza era recomendada, uma limpa fossa ou uma empresa de detetização seriam boas alternativas. A descarga já estava sendo puxada, mas era pouco. Mesmo que se tentasse manter a imagem de um ambiente saudável, até as viúvas dos que por lá habitavam sujavam as memórias póstumas de seus entes-querido. Até mesmo os que lutavam por ética e dignidade tinham suas vestes manchadas.
Tudo era muito feio e assustador, pois enquanto a população necessitava de comida, trabalho, educação, cultura e lazer os habitantes do congresso dos horrores brincavam de viajar com suas famílias, namoradas, amantes, cachorros e papagaios para ilhas paradisíacas e reinos encantados, como a Disneylândia, tudo com o dinheiro da população. O mesmo dinheiro que poderia contribuir para o bem estar de todos daquele país. Aqueles seres não possuíam amor e respeito aos que lhes deram o poder e muitos tratavam a população como seres inferiores.
A população, suada, sofrida e guerreira continuava sua jornada com seus míseros salários, pois todos tinham o direito á uma vida digna, o que não era entendido pelos seres que habitavam o congresso dos horrores, que teimavam em lançar na população as setas e reflexos de seu poder distorcido. Ainda hoje sua população tem sobrevivido e lutado por seus direitos humanos, principalmente o direito ao respeito e a dignidade, palavras inexistentes no vocabulário daqueles que habitam o congresso dos horrores.
Parece que a população daquele país tem aberto os olhos e talvez finalmente entenda o poder de seu voto e o verdadeiro valor de uma democracia. É o que se espera dos próximos capítulos de uma fábula chamada Brasil.

Claudioney Guimarães
Manaus 29/04/2009
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sábado, 20 de junho de 2009

Carta a uma amiga sobre um possível povo primitivo

Eu ontem te chamei pra contar as histórias que ouvi no interior...
São histórias simples e legais, falam de crença e humildade, mostram a fé, mostram a felicidade no rosto de quem acorda as 5 da manha pra cuidar da roça. E olha que as roças são grandes, lá ainda se plante e colhe sem agrotóxicos.
Ô moça, pode crer, do outro lado do rio ainda se acredita no fé do irmão... e na experiência dos velinhos. Ainda se pode ver os animais junto a natureza e os homens de pés descalços cantando e entoando belas canções, vivendo fortes e sadios com trabalhos dignos e honestos.
Seria um povo primitivo? Que não liga para a moda, para produtos embalados, geneticamente modificados, para enlatados e industrializados?
Sem vídeos games, carros zero e celulares com mil e uma funções, agendas lotadas, transito caótico e uma correria geral?
Não sei! Mas e constatei que lá se vive bem. Lá as pessoas são sadias, e nem precisam de terapeutas ou psicólogos.
Descobri que nem sabem o que é depressão.
Será um povo primitivo? Não sei. Mas percebi que lá as crianças possuem hábitos deferentes, não são tão alienadas e nem passam horas na frente da TV ou computador comendo jujubas, doces, milk shaks, salgadinhos, refrigerantes e sucos artificiais. E pelo fato de não terem esses hábitos, também não engordam com tanta facilidade, também não dormem tão tarde e nem vivem criando novas gírias, e assassinando as tradições.
Ao contrário disso tudo, lá as crianças costumam ajudar os pais na lida com a casa e com a roça. Se divertem pulando na água, jogando futebol, mesmo que a bola seja um papel amassado ou cocos. E gostam de estudar, mesmo que tenham que acordar s 5 da manha, pegar um motorzinho de rabeta e passar mais 1 ou 2 horas navegando no rio até chegar na escolinha da comunidade e ver o sorriso da professora e dos coleguinhas e aprender a alegria da escrita e da leitura. Ví que as crianças gostam muito de ler, e são o orgulho da família, lêem de tudo, até a receita de remédio do avo ou da avó.
Lá as crianças falam a mesma linguagem dos pais e avós, e também das pessoas mais idosas, não costumam usar gírias. Percebi um enorme respeito nas famílias. Lá, a família ainda possui o primitivo hábito de fazer as refeições com todos juntos à mesa, e todos agradecem pelo alimento do dia. Lá redescobri como é bom ouvir um “obrigado meu Deus! “ após as refeições.
Bom, ainda não sei se o que vi foi um povo primitivo, mas o tempo quem sabe dirá.
Ah, Tem mais, lá não existem prédios e muito menos muros, lá eles vivem livres e juntos, em paz com a natureza, e ainda cantam belíssimas canções, que privilégio.
Deve ser um povo primitivo. Muito diferentes de nós aqui na cidade.

Claudioney Guimarães.
Manaus/AM